Alice foi alí ver o mar.

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Camisa Uv, protetor solar, água de coco, chapeuzinho, muita água… Tanta proteção que a gente nunca sabe o limite do necessário ao exagero. Mas sabe que a experiência vai ser linda, única e vai dar saudade, porque jájá ela vai sair dos braços e correr só pela areia. Dia 4 de setembro Alice entrou no mar, poucos dias para o sétimo mês. Ela sorriu, brincou, admirou… E essa foi a primeira, das milhares de vezes por ano que ela irá a praia, que pra mim é terapia, diversão, paraíso, refúgio.

E vai sendo criada assim, entre a correria do dia a dia, envolta no amor pelos dias de paz, pertinho da natureza e das coisas boas da vida.

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Ah, e teve direito a ressaca na rede no fim do dia:

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*O biquini fofo e chapeuzinho é da Puket, camisa Uv Litoraneus.

Já pode sentir saudades?

Alice mal completou 5 meses e eu já me pego vendo as fotos dela miudinha, com seus 3kg e pouco, numa vida de mama e dorme. Já me pego com saudades dela no colo, olhinhos expressivos e movimentos blocados.

Sem dúvidas uma das melhores coisas era a amamentação em LD, ficar em casa o dia todo com ela, naquele silêncio só nosso.

E as expressões dela? eram e continuam sendo as mais lindas. ❤

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Às 01:00, às 03:00 e as mamadas.

Até uns 3 dias atrás, amamentar de madrugada era cansativo e eu me perguntava todos os dias quando Alice dormiria a noite toda, como tinha começado a fazer isso tempos (3 semanas atrás). Até que, depois de um sábado só nós duas, enquanto o pai tirava seu dia (merecido) de folga com os amigos, passamos muito tempo juntas, dormimos as duas, juntas, e acordamos também. Depois desse sábado, alguma coisa mudou entre eu e ela, talvez, seu olhar mais esperto, talvez depois de trabalhar incansavelmente a semana toda, ela tenha sido por todo o dia, só minha.

Depois de um dia só mamando, que me fez lembrar seus 3 primeiros meses livres de mamadeiras, me senti plena. Só eu sei o quanto queria apenas amamenta-la, o quanto tiro o máximo de leite que posso no trabalho e como me sinto traída pela mamadeira quando preciso estar fora. Mas sim, esse sábado foi especial, foi nosso, foi feito de mamadas e pouquíssimos cochilos, muitos risos. É um momento tão nosso, que pude parar para pensar no prazer que é, e não no cansaço.

Foi quando ontem, às 2h da madrugada, Alice resmungou de fome. Daí dei um peito como de costume (e normalmente no mesmo ela dorme), vi os olhinhos já revirados como quem dormiu há tempos e tirei para arrotar. Aí vem um choro desesperado, como quem não ta ali pra brincadeira, ta com fome mesmo e precisa do seu tempo, do seu ritmo, para saciar e dormir.

Foi uma demora estranhamente deliciosa, não havia cansaço ali (no outro dia,sim), havia mais um tempinho nosso, de mãe que passa o dia fora e bebê que precisa desse colo. Foram 40 min como a muito tempo não passava ( eram 15, 20 minutos…).

Foi ai que percebi o quanto cada momento nosso é importante tanto para mim, quanto para ela. E foi aí que percebi que nenhum esforço é o bastante para que ela faça parte de mim e eu dela, para que mesmo não mais integral, a amamentação seja parte da nossa vida, enquanto ela quiser e eu puder. ❤

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Quando você crescer.

Quando você crescer, continuarei aqui, sendo eu mesma, sendo muito mais do que antes.

Quando você crescer muitos dos medos sumirão, muitos outros  surgirão.

Quando você crescer, quero ter te ensinado muito do que não me falaram, ou melhor, tudo o que me disseram e estava errado.

Quando você crescer quero que saiba que o mundo é de quem quiser, inclusive seu, e nesse mundo, pessoas são diferentes umas das outras. Você vai fazer amigos, vai se decepcionar, vai amar. Mas quero que saiba que você não é obrigada a estar sorrindo o tempo todo, a ter mil amigos, a ser popular. Você pode ter 3 amigos e ser muito, muito feliz, mesmo sem vê-los todos os dias.

Você não é obrigada a estudar medicina, casar e ter filhos, se não quiser. Mas você PRECISA estudar algo que te interesse, pode ser artes, música. Você vai PRECISAR trabalhar para comprar o que quiser ou para fazer uma viagem. Não sinta-se pressionada a ter um apartamento próprio aos 20 anos, mas se quiser, faça isso! Não abandone seus sonhos por ninguém, eles são só seus.

Converse! Não guarde dúvidas, tristezas e nem alegrias, compartilhe-as. Serei a mãe mais feliz em compartilhar tudo com você e seu pai também, talvez ouvir duas opiniões e buscar a sua seja ainda mais enriquecedor. Você pode encontrar um “amor” aos 14 ou aos 20, ou aos 30. Não se prenda a isso, não aceite quando a sociedade diz que você TEM que namorar, TEM que casar, TEM que depender ou não de alguém. A sua única obrigação é ser feliz.

Possa ser que você se magoe, se decepcione com esse alguém, mas e aí? Você continua com seus sonhos, seus planos. E se não der certo? A estrada é sempre para frente. Um dia ou dois meses de choro não vai matar, pelo contrário, vai te fortalecer e você vai descobrir que existe alguém que vai te querer o melhor, vai te entender como ninguém. Vocês vão se divertir juntos e chorar também, mas vão saber se recompor. Esse alguém pode ser um namorado ou um amigx.

Em algum momento você vai ficar em dúvida se está no curso certo, na profissão certa ou com a pessoa certa. Todos nós já passamos por isso e, a coisa mais importante, é errar para acertar.

Importante mesmo é que você cresça sem medo de viver, pronta para aprender e mesmo cambaleando, nunca desistir.

O mundo é seu, te amo.

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E quando ela andar?

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Depois de carregá-la 39 semanas dentro de mim, depois de poder colocá-la nos braços e oferecer o meu leite a hora que ela sentisse vontade, colocá-la para tirar os cochilos da tarde nos braços e poder passar horas conversando na língua do agú-aga-aia, chegou a hora de cair na real de que a vida não para, que é preciso ganhar dinheiro para oferecer, além do amor, muito para ela.

Me senti culpada todas as vezes que pensei o quanto queria voltar ao trabalho, colocar a cabeça pra funcionar, pensar.

Me senti devastada, acabada e coberta por uma tristeza e culpa terrível por não estar ao lado dela quando ela precisar de um colinho, ou quiser ficar pendurada e mamando por uma hora.

E aí eu me questiono sobre a tal maternidade, sobre colocar um filho no mundo, trabalhar pra pagar hotelzinho, colégio, alguém que a cuide e ensine. Uma coisa sobre a maternidade é certa: O eterno sentimento de amor, culpa, paixão, medo e insegurança que persegue o ser chamado mãe.

Por enquanto ta maravilhoso, um sonho! Ta com a avó, a tia, coberta de amor e cuidado.

E quando for para hotelzinho?

E quando ela começar a andar? Provavelmente eu esteja na frente do computador. Antes disso? Desejando que aconteça num sábado ou domingo, que eu esteja ao lado, que eu compartilhe dessa conquista.

Não me culpo por voltar ao trabalho e gostar disso, mas todos os dias o pensamento é em aproveitar todo o tempo do mundo ao lado dela.

Já me peguei triste, vendo que fulano pode dormir sem ter hora pra acordar no fim de semana, ou poder tomar uma, ou “ir alí e voltar já”, ou poder usar uma roupa qualquer (porque eu preciso escolher a certa para conseguir amamentá-la). Eu não, eu preciso estar lá, porque ela mama e dorme na hora que quer e eu sim tenho que me adaptar, eu sim tenho que cuidar. E por mais confuso que seja, é isso que me nutri. Porque eu estou alí, eu pude dar o peito, o corpo e alma por esse serzinho capaz de mudar o mundo. Tempo? Esse eu não posso dar todo. Mas o que eu tenho livre, será sim, dela. Não que eu precise me excluir, me prender. Mas algumas coisas se tornam mesmo desnecessárias perto daquele abraço descoordenado, do sorriso meia boca e olhar fixo.

Tenho vontades, sim. Todas as mães têm, e precisam de compreensão, de ajuda, de carinho e de atenção. Porque às vezes estamos esgotadas, cansadas, e é quando não temos forças que precisamos de uma mãozinha, de uma iniciativa, do interesse de quem nos acompanha, de quem ama. Colocar o mundo de lado, junto ao computador e o celular, curtir só os braços, abraços.

Eu voltei ao trabalho, com amor, vontade e também com o coração na mão. E a parte confusamente boa? É colocar o corpo e a cabeça pra funcionar, é conversar, é pensar, é contar as horas pra chegar em casa e deixá-la dormir nos braços, trocar nosso calor, é esperar o fim de semana pra carregá-la aonde quer que eu vá.

E nessa caminhada eu sinto mais vontade de trabalhar, trabalhar melhor. Ela é meu gás pra ser uma pessoa melhor e ser exemplo.

Enquanto isso, ela cresce, aprende que a vida é feita de coisas boas e outras não tão agradáveis, porém necessárias. E também aprende sobre o amor e o que fazemos por ele. Até deixar um bebezinho de pouco mais de três meses em casa para trabalhar, conquistar o mundo e, ao chegar em casa, reconquistar todos os dias esse coraçãozinho.

E toda essa confusão de sentimentos? É por você, é pela maternidade.

Pra ela.

Ela chegou, sem falar, me calou de amor

Sobre o dia e a noite, tanto faz se ela me sorri

e aqueles olhinhos, doces, me mostravam o que é nunca mais estar só,

e ainda assim viveremos só, de amor, mesmo com medo, crescendo

é amor e mais nada, mais nada silencia nossas vidas

entre os braços, abraços, é amor.

E viveremos, juntas, seja lá o que vier e mesmo se falhar,

há outras manhãs e ainda há chuva pra lavar

estaremos nós,

e é só olhar pra trás, pra ver o quanto juntas ainda vamos somar.

10 de fevereiro

Dia 09 de fevereiro às 10h eu estava de malas prontas na recepção do hospital esperando a internação e, antes disso, uma breve passada no shopping para um Bubble tee smothie de coco.

Às 11h estávamos naquele quarto de hospital. Tomei um banho e deitei, a tv mal pegava e isso não fazia a menor diferença, tudo que eu pensava era no relógio e nas horas que demoravam a passar.

Demorou, demorou, eram 1h40 da manhã e nada de sono. Mais um pouco e dormi, acordei, já eram 5h30. Por ordem médica, às 6h30 eu deveria estar com aquela roupinha sem graça de hospital. E foi assim. 6h50 e eu lá deitada até chegar na sala de anestesia. Todo meu medo de agulha sumiu, tamanha a ansiedade. Cadê você? Tava quase. Anestesia dada, eu deitada e no quarto suspiro, foi!

7h36 do dia 10 de fevereiro de 2015

Primeiro veio você, Alice! Seu pai a viu primeiro. Olhinhos abertos, linda, perfeita, nota 9 de apgar e direto para as minhas pernas, saímos juntas daquela sala, pronta para nos conhecermos melhor. Você nasceu, eu renasci.

Você mamou, conheceu a família, tomou banho, e naquela noite, dormimos juntas, você no meu colo. Foi mágico, e é um encanto essa vida juntas a cada dia.

Sobre o dia que você nasceu? Aí sim minha vida começou. Comecei a amar sem medo, sem limites, comecei a ter mais medo do mundo e da fragilidade da vida, comecei a me construir mãe e é você que vem me ensinando.

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Parabéns, papai.

Hoje é o seu aniversário e eu ainda não estou pronta para comemorar no seu colo, mas daqui de dentro comemoro todos os dias em tê-lo como pai. Talvez eu ainda não saiba muito bem o significado da palavra pai, mas sei que você foi uma das primeiras pessoas a falar comigo, a me tocar, me esperar e a desejar minha chegada. Sei também que é o que  vou amar por toda vida, porque, embora não saiba em palavras, sei o que é sentir todo esse amor e carinho. Eu também (ainda) não sei o que é ser filha, mas podemos aprender juntos, não é? Eu quero muito conhecer logo o seu colo, ver você e te agradecer por me trazer ao mundo, eu sou a mais feliz pela família que me espera aí fora.

Eu já sei que roubei o seu natal, o seu ano novo (não deu pra fazer o que fazia antes, né?) e também vou roubar o seu carnaval, mas eu juro que vou compensar tudo isso e ano que vem quero uma fantasia igual a sua pra desfilar em todo canto que sou sua filha e que não vou sair nunca dos seus braços.

Algumas vezes eu vou chorar, tirar seu sono, mas tudo isso porque vou estar aprendendo como é a vida aqui fora e, mesmo chorando, com dor ou medo, vou estar feliz, porque sei que vou ter você pra cuidar de mim.

Quando eu nascer, vou reconhecer sua voz, seu sorriso e até seu silêncio, e sei que você vai estar por perto. Esse vai ser o dia mais feliz da minha vida, te conhecer.

Parabéns, pai. Não só pelo seu aniversário, mas por você.

Obrigada, pai. Primeiro, por ser meu. Meu exemplo, protetor, cuidador, amigo, companheiro e meu maior amor.

Eu e a minha mãe te amamos do tamanho do universo. ❤

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Eu não pedi para ser mãe.

Foi com exatamente 6 semanas que descobri que não iria mais a nenhum lugar sozinha, nem ao banho, nem ao trabalho, nem ao salão. Não foi uma escolha, não foi planejado. Na verdade, nunca nem cogitado ser mãe, antes dos 30 (ou 30 e poucos). Não sem antes ter um salário maior, ter viajado bastante, ter emagrecido, gastado com roupas, restaurantes e o que desse vontade.

Primeiro eu precisava chorar muito para depois entender: por quê? Não achava ser o momento certo, nem a idade, nem dinheiro e nem maturidade suficiente. É responsabilidade a mais, trabalho demais.

Depois eu ouvi o coraçãozinho dela bater na primeira USG, aí já pensei como seria o rostinho, se seria menina ou menino, qual seria o nome e como seria a vida a três.

Depois começou a ansiedade, precisava saber o sexo, queria comprar cada coisinha, as roupinhas, os sapatos… Depois comecei a querer não gastar mais comigo e querer tudo para ela. Na 2º ultra ela estava lá, bem pequenininha, nem dava pra ver nada, mas eu me sentia muito, muito mãe.

A partir daí era só a vontade de tê-la aos braços, a partir daí, começaram os movimentos, os chutes, e um milhão de pesquisas, livros e blogs sobre o que seria, como seria estar grávida e depois mãe. E não tem nada que traduza o que só a gente, mãe, sente. As dores, os enjoos, o abuso, a solidão, a alegria, o apoio, os desejos, as frescuras. Tudo que faz a gente lembrar que não está só, que aí vem nossa miniatura de amor.

Eu não escolhi, ela me escolheu. Em meio aos problemas, as preocupações, não estamos mais sós, temos uma família completa, repleta de amor, muito amor, medo e ansiedade.

Agora faz sentido trabalhar até tarde, faz sentido querer ter uma árvore de natal mais bonita ano que vem, faz sentido aprender mais para ensinar, faz todo sentido do mundo amadurecer, aprender a compreender, ser paciente, cozinhar e ser alguém melhor.

Agora faz sentido cuidar do corpo, da cabeça, da casa. Faz sentido também chorar, chorar bem muito sem motivo, com motivo, por dor, por desconforto, porque depois de ter nossa menina nos braços, talvez eu só saiba o que são lágrimas quando vê-la sorrir, abrir os olhos, começar a andar, aí só choro de alegria, de emoção.

A gravidez ensina que somos frágeis e muito, muito fortes. Ensina que os melhores presentes da vida vêm assim, de surpresa. Ensina também que ser mãe é aprender a ser mulher, a crescer.

Ensina que a maior dádiva de uma mulher é ser mãe, e o meu maior presente, minha família.

Alice, falta pouco mais de um mês pra você chegar, falta pouca coisa pro seu quartinho ficar pronto, falta pouco demais pra vida ficar ainda mais linda, e a gente te dar todo dia mais amor.

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